abusesaffiliationarrow-downarrow-leftarrow-rightarrow-upattack-typeburgerchevron-downchevron-leftchevron-rightchevron-upClock iconclosedeletedevelopment-povertydiscriminationdollardownloademailenvironmentexternal-linkfacebookfiltergenderglobegroupshealthC4067174-3DD9-4B9E-AD64-284FDAAE6338@1xinformation-outlineinformationinstagraminvestment-trade-globalisationissueslabourlanguagesShapeCombined Shapeline, chart, up, arrow, graphLinkedInlocationmap-pinminusnewsorganisationotheroverviewpluspreviewArtboard 185profilerefreshIconnewssearchsecurityPathStock downStock steadyStock uptagticktooltiptwitteruniversalityweb
Artigo

30 Jun 2023

Author:
Agência Pública

Brasil: Pesquisa aponta que agronegócio e extrema direita impulsionam desinformação sobre aquecimento global

“Agronegócio e extrema direita impulsionam máquina de fake news sobre aquecimento global”, 30 de junho de 2023

Os nomes citados por Nobre são de dois expoentes no Brasil de um grupo pequeno, mas estridente, de pessoas ligadas à academia que negam que o planeta esteja aquecendo ou que atividades humanas seriam capazes de provocar isso. Questionam, ainda, o papel da Amazônia na distribuição de chuvas no país, a dimensão das queimadas e dizem que o desmatamento não afeta o clima...

O negacionismo climático foi incorporado na máquina de desinformação da extrema direita e se expandiu no meio rural. A percepção de cientistas e pesquisadores ouvidos pela reportagem é que uma parte do agronegócio – notadamente quem está na ponta: os produtores e suas associações – se tornou refratária à discussão séria sobre o clima. Virou terreno fértil para o negacionismo e a desinformação ambiental.

Em condição de anonimato, uma liderança do agronegócio afirmou à AgênciaPública que o discurso negacionista “impregnou igual mantra” no setor, principalmente entre produtores rurais. “Produtores e lideranças de produtores. A Aprosoja não consome ciência, por exemplo. Já a indústria está mais alinhada com tendências globais”, disse...

Por dois meses, a Pública, com o apoio do Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociais (NetLab) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) , analisou anúncios na Meta (Facebook e Instagram), vídeos no YouTube e outros conteúdos publicados em redes sociais e em sites noticiosos ou não, com o objetivo de rastrear quem está por trás da disseminação do negacionismo climático e da desinformação ambiental no país.

As fontes primárias da desinformação são basicamente um trio formado pelas duas figuras citadas por Nobre – Ricardo Felício, professor de geografia da Universidade de São Paulo (USP), e Luiz Carlos Molion, meteorologista e professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) – e pelo agrônomo Evaristo de Miranda, recém-aposentado da Embrapa, que se tornou guru ambiental do agronegócio e de Jair Bolsonaro.

O palco deles, além das associações do agronegócio que os convidam para palestras, são os canais digitais ligados ao setor e à extrema direita...

Todas as pessoas, veículos e instituições citados nesta reportagem foram procurados pela reportagem. Somente quatro deram retorno até a publicação.

Aleksander Horta, chefe de redação do Notícias Agrícolas, afirmou: “O jornalismo do Notícias Agrícolas é pautado pela premissa de ouvir especialistas que sejam experientes o bastante para tratarem dos temas propostos, como é o caso do Dr. Luiz Carlos Molion e a climatologia. Nosso papel, enquanto repórteres, é apenas o de promover debates, ouvir contraposições e garantir que nossa audiência tenha sempre, e constantemente, informações responsavelmente apuradas.”

...Leia a resposta na íntegra.

Molion apenas fez referência à resposta que o Notícias Agrícolas nos enviou e disse que não teria tempo para atender à reportagem porque daria uma palestra presencial nesta quinta-feira, 29, em Goiás...

Em nota, o Grupo Bandeirantes de Comunicação afirmou que os veículos do conglomerado (como Terraviva e AgroMais) “estão sempre abertos a ouvir as mais diversas opiniões em todos os setores, proporcionando constantemente uma cobertura ampla e diversificada. Evaristo de Miranda é colaborador dos canais por assinatura, assim como tantos outros profissionais que expõem seus mais diferentes pontos de vista”.

A Brasil Paralelo chegou a procurar a Pública pedindo mais explicações sobre o conteúdo, mas disse que preferia não se manifestar.