abusesaffiliationarrow-downarrow-leftarrow-rightarrow-upattack-typeburgerchevron-downchevron-leftchevron-rightchevron-upClock iconclosedeletedevelopment-povertydiscriminationdollardownloademailenvironmentexternal-linkfacebookfiltergenderglobegroupshealthC4067174-3DD9-4B9E-AD64-284FDAAE6338@1xinformation-outlineinformationinstagraminvestment-trade-globalisationissueslabourlanguagesShapeCombined Shapeline, chart, up, arrow, graphLinkedInlocationmap-pinminusnewsorganisationotheroverviewpluspreviewArtboard 185profilerefreshIconnewssearchsecurityPathStock downStock steadyStock uptagticktooltiptwitteruniversalityweb

This page is not available in English and is being displayed in Portuguese

Article

29 Sep 2021

Author:
Folha de S.Paulo

Brasil: Filha de paciente da Prevent Senior que veio a óbito relata como pai foi passado para cuidados paliativos de Covid sem seu consentimento

"'Não estou te perguntando, estou te comunicando', ouviu filha de segurado da Prevent ao questionar médico sobre tratamento", 29 de setembro de 2021

...Em maio de 2020, quando a pandemia de coronavírus passou a se deteriorar rapidamente no Brasil, a roteirista e diretora de cinema Bel Bechara buscou tratamento para seu pai, Murillo Bechara, 91, na rede Prevent Senior. Em depoimento à Folha, ela relata as semanas de internação do aposentado e o périplo da família à luz do que tem sido exposto na CPI da Covid...

...Recorri ao Prevent Senior, plano de saúde que foi feito às pressas para ele quando tive que trazê-lo para São Paulo...
Em contato com minha irmã que mora fora, avisei: vão querer dar cloroquina. Era o começo da pandemia, mas já sabíamos que seria muito arriscado para pacientes cardíacos....O médico do pronto-socorro, irritado com a minha recusa em conceder autorização, disse que, se eu quisesse mesmo que eles fizessem de tudo pelo meu pai, deveria repensar aquilo. Virou as costas e saiu...

Meu pai foi transferido para outra unidade, onde ficou internado em um apartamento. Os médicos começaram a conversar sobre a possibilidade de não intubá-lo caso agravasse, opinando que não valeria a pena. Deixei bem clara a posição da família e levei um documento por escrito acenando para a nossa escolha: queríamos que investissem nele, em vez de mandá-lo para o paliativo. O médico me garantiu que não precisava do documento e que nossa opção já estava registrada no prontuário.

No outro dia, fui comunicada que a equipe médica queria conversar comigo. Ao chegar ao hospital, um médico paliativista, seguido por um séquito de jovens (talvez alunos) me comunicou que meu pai tinha sido sedado com morfina depois de uma piora e que não seria intubado.

Ao tentar questionar, ele respondeu: "Não estou perguntando, estou comunicando". Disse ainda que a missão dele era proteger os pacientes de familiares como eu, dispostos a submetê-los a intervenções dolorosas que não levam a nada...

A geriatra particular que cuidava do meu pai opinou: neste caso, a escolha deveria ser da família.

Fiz uma videochamada para a minha mãe e minha irmã se despedirem do meu pai, mas não desisti de lutar. Preparamos material para uma liminar, que não precisou ser utilizado. Depois da repercussão de uma reportagem publicada nesta Folha, meu pai foi devidamente intubado e transferido para a UTI...

Timeline