Brasil: Ministério Público Federal diz que 32% de gado adquirido pela JBS no Pará vem de área com desmatamento ilegal
“32% do gado adquirido pela JBS no Pará vem de área com desmatamento ilegal, diz MPF”, 07 de outubro de 2021
Empresa discorda dos critérios usados pelo MPF e garante que inconformidade foi bem menor. Frigorífico se comprometeu a investir R$ 5 milhões na melhoria de processos
Auditoria realizada pelo Ministério Público Federal apontou que 32% da carne comercializada pela JBS nos últimos anos no estado do Pará continha irregularidades, sendo a principal delas ter origem em área com desmatamento ilegal. O número representa um retrocesso em relação à última auditoria, de 2019, quando a empresa contabilizou 8,3% de inconformidades.
Os dados, divulgados...fazem parte do 3º Ciclo de auditorias realizadas pelo MPF para verificação do cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Carne por empresas do estado do Pará.
A divulgação ocorre na mesma semana em que o Congresso americano avalia uma lei que pode barrar a importação pelos EUA de mercadorias provenientes de países onde o produtor rural e o importador não conseguirem comprovar que os produtos, incluindo toda sua cadeia produtiva, estão livres de desmatamento.
O TAC da Carne, proposto em 2009 pelo MPF e atualmente assinado por 42 frigoríficos paraenses, proíbe os signatários de comprar gado de áreas desmatadas ilegalmente ou embargadas pelo Ibama a partir de agosto de 2008. Também estão proibidas compras de gado proveniente de áreas invadidas em terras indígenas, unidades de conservação e de empregadores na lista de trabalho escravo...
Durante o período de auditoria, a JBS discordou dos critérios utilizados e garantiu que o índice de irregularidades foi bem menor.
...Do total de irregularidades da JBS apontadas pelo MPF na auditoria hoje divulgada (32%), 20% correspondem a irregularidades encontradas no ano de 2008 pelo Prodes. Uma discussão técnica, no entanto, fez com que empresa e MPF tivessem divergência quanto ao período de análise.
...A empresa também argumentou que no protocolo de monitoramento da pecuária assinado com o MPF existe apenas a expressão “Prodes 2009”...