abusesaffiliationarrow-downarrow-leftarrow-rightarrow-upattack-typeburgerchevron-downchevron-leftchevron-rightchevron-upClock iconclosedeletedevelopment-povertydiscriminationdollardownloademailenvironmentexternal-linkfacebookfiltergenderglobegroupshealthC4067174-3DD9-4B9E-AD64-284FDAAE6338@1xinformation-outlineinformationinstagraminvestment-trade-globalisationissueslabourlanguagesShapeCombined Shapeline, chart, up, arrow, graphLinkedInlocationmap-pinminusnewsorganisationotheroverviewpluspreviewArtboard 185profilerefreshIconnewssearchsecurityPathStock downStock steadyStock uptagticktooltiptwitteruniversalityweb
Artigo

20 Fev 2018

Author:
Fernando Prioste, Terra de Direitos (Brazil)

Brasil: 20 anos da morte de Sebastião Camargo, do Mov. dos Trab. Sem Terra; responsáveis pelo assassinato foram condenados mas mortes violentas continuam a ocorrer

"20 anos da morte de Sebastião Camargo e um assassinato que se repete muitas vezes", 7 de fevereiro de 2018
Há 20 anos, em Marilena,...Paraná,...organização criminosa de fazendeiros realizou...despejo violento ilegal contra integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que ocupavam a Fazenda Boa Sorte, que já estava em processo de destinação para reforma agrária. Às 6h30 do dia 7 de fevereiro de 1998, pistoleiros armados, sob o comando da União Democrática Ruralista (UDR), chegaram no acampamento em que viviam 300 famílias. Sob tiros, agressões e insultos, os acampados foram arrancados de barracos de lona e obrigados a deitarem no chão, com o rostos virado para baixo, pois seriam colocados em caminhões de gado e despejados em cidades vizinhas. Sebastião Camargo era um dos integrantes do MST, com 60 anos, cinco filhos, esposa, uma vida de trabalho no campo e o sonho de conquistar a terra. Tinha problemas na coluna e não conseguia permanecer com a cabeça abaixada. Temendo ser reconhecido, e com a ira daqueles que não querem a repartição da terra, o então presidente da UDR do Paraná assassinou Sebastião com um tiro de escopeta calibre 12, na cabeça. Sebastião não conquistou o sonho, mas seus companheiros deram seu nome ao assentamento criado nas terras em que seu sangue foi derramado. A viúva, Dona Alzerinda, teve a sorte de escapar dos tiros e criar os filhos em terras conquistadas com a luta. Os pistoleiros Osnir Sanches e Augusto Barbosa, assim como então dono da Fazenda, Teissin Tina, e o presidente da URD, Marcos Prochet, foram condenados. Outro integrante da UDR, Tarcísio Barbosa, ainda será julgado. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos afirmou que houveram graves violações de direitos humanos, e fez recomendações ao Estado brasileiro para não repetição do fato. Infelizmente a morte de Sebastião se repetiu muitas vezes nestes vinte anos - poucas foram as situações em que o assentamento surgiu e os poderosos foram condenados. Ainda há muito que fazer para construir uma sociedade justa.