“Pela quinta vez, fiscais apontam trabalho escravo em obra da MRV”, 11 de dezembro de 2014

Tráfico de pessoas, servidão por dívida, condições de alojamento e alimentação degradantes. Segundo...Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e declarações do procurador Marcelo José Fernandes, do Ministério Público do Trabalho (MPT), 118 trabalhadores estavam submetidos a tais violações e foram resgatados da escravidão em uma obra da construtora MRV em Macaé (RJ)...108 eram contratados da MRV e 10 eram funcionários de empresas terceirizadas...[Participou]...também...[a]...Polícia Rodoviária Federal...a força-tarefa...considerou degradante a situação vivida pelos trabalhadores no alojamento fornecido pela construtora. As condições de higiene eram muito precárias e a alimentação era parca e desbalanceada...foram constatadas as práticas de descontos ilegais nos pagamentos, servidão por dívida e de tráfico de pessoas...parte das vítimas foi recrutada por engenheiros da empresa em [outros estados]...Em nota...a construtora afirma que os locais de trabalho “obedecem rigorosamente as normas trabalhistas...salários e benefícios em dia” e que “refuta as afirmações de que trabalhadores tenham sido resgatados por se encontrarem em condições degradantes e por existirem servidões por dívidas”...De acordo com a MRV, as admissões dos trabalhadores foram feitas nos seus estados de origem, e foram providenciados transporte, alimentação e hospedagem de acordo com as normas...A fiscalização constatou...a prática de jornada exaustiva imposta a alguns trabalhadores...o MTE expediu 22 autos de infração, 17 deles para a MRV. A construtora desembolsou R$ 327.982,51 em verbas referentes às rescisões trabalhistas...As terceirizadas...arcaram com R$ 23.415,64. As vítimas receberam...guias de seguro-desemprego...e retornaram a seus estados em ônibus contratados pela MRV...