Brasil: Beiradeiros e indígenas provam que a economia da floresta em pé é possível, iniciativa tem apoio do gov. e contratos com Mercur, Firmenich e Wickbold
“Beiradeiros e indígenas provam que a economia da floresta em pé é possível”, 12 de julho de 2019
...[R]aimunda é beiradeira, como é conhecida a população que vivem nas beiras dos rios na Terra do Meio, e vive na localidade do Rio Novo, na Reserva Extrativista Rio Iriri. Ela, juntamente com indígenas e demais beiradeiros da região foram até a cidade para conversar cara a cara com empresas, representantes do governo e do terceiro setor sobre a economia da floresta. Em sua sexta edição, realizada no início de junho, a Semana do Extrativismo (Semex) se consolidou como um momento chave para a construção de uma estratégia comum de produção e comercialização na região...[A]s paredes da sala de reunião estão forradas de cartazes e mapas que mostram a imensidão da Terra do Meio. Um desses mapas salta aos olhos: mostra rostos espalhados ao longo do curso dos rios. São os coordenadores das cantinas, coletivos de beiradeiros, indígenas e pequenos agricultores organizados para a produção e comercialização de produtos dos povos da floresta. Hoje são 27 cantinas, que fazem parte da Rede de Cantinas da Terra do Meio...com...15 associações indígenas e ribeirinhas, e cada cantina gerencia um capital de giro próprio que viabiliza a produção e comercialização de forma transparente e autônoma. A rede conta...com oito mini usinas de processamento de produtos florestais não madeireiros, que por meio de tecnologia e conhecimento tradicional, agregam mais valor aos produtos...[A]...marca “Vem do Xingu” agora representa todos os produtos da Rede de Cantinas...A rede de cantinas tem sete contratos firmados com empresas como a Mercur, Firmenich, Wickbold e prefeituras de municípios da região, além de mais nove parcerias comerciais em negociação...[A]...Mercur, empresa que produz produtos de borracha, é parceira da Rede de Cantinas desde o início e marca presença na Semex em todos os anos. Em 2018, comprou 6.476 quilos de borracha da Terra do Meio, entre borracha em bloco e já beneficiada, e garante continuar junto com a iniciativa nos próximos anos...“Não é só sangrar a borracha e mandar para a cidade. Queremos trazer possibilidades para que o seringueiro possa fazer produtos com maior valor agregado, que a pessoa que trabalha na floresta colhendo a borracha tenha uma vida mais digna”, comenta Jorge Hoezel Neto, facilitador da Mercur.