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Artigo

18 Set 2018

Author:
Fabiano Maisonnave e Lalo de Almeida, Folha de São Paulo (Brazil)

Brasil: Garimpos destroem rios na Amazônia, afetando a pescaria dos Mundurucu e causando outros impactos sociambientais

“Garimpos no Pará adotam escavadeiras e amplificam destruição-Atividade que sustenta região do Tapajós há seis décadas passa por transformação com retroescavadeiras, que agravam assoreamento de rio e devastação da mata”, 17 de setembro de 2018

...Praticada desde o final dos anos 1950 na região, a atividade sofreu uma revolução nos últimos anos com a introdução das PCs (retroescavadeiras hidráulicas), máquinas com poder de destruição várias vezes maior do que os métodos usados anteriormente. "Depois do desmatamento ilegal, o garimpo é o maior vetor de destruição da Amazônia. É destruição ambiental, social e moral. É o crime organizado se apropriando das riquezas brasileiras", afirma o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo. O estrago ocorre principalmente nos afluentes do rio Tapajós, um dos símbolos mais conhecidos da Amazônia...centenas de retroescavadeiras hidráulicas cavam buracos profundos ao longo das margens. Arrancam a mata ciliar, jogam toneladas de terra na água e chegam a alterar os cursos de água...Para os mundurucus, habitantes das margens do Tapajós, as mudanças são visíveis."Antigamente, a água era bem azulzinha, bem limpinha. Hoje em dia, ela tem uma cor diferente, meio amarelada. Você não flecha mais peixe com um arco na mão porque não vê", diz o cacique Juarez Saw Munduruku, 58, que faz oposição aos garimpos. "O garimpo mudou o rio, acabou com o Tapajós", diz o líder da Terra Indígena Sawré Muybu, em processo de demarcação. "Ninguém vê um igarapé mais, assim, natural. Subindo de barco pra tentar tomar uma água limpa hoje na beira do Tapajós, você não encontra mais, não, só água suja."..."É um processo muito grave o da descentralização que o estado faz para município licenciar garimpo", diz Evaristo. "É inacreditável dar licença sem ter a avaliação do impacto, sem as medidas mitigadoras e sem saber o que vai ser feito nas áreas degradadas." Dono de garimpo, fazendeiro, empreiteiro e ex-madeireiro, o prefeito de Itaituba, Valmir Climaco (MDB), é um dos principais defensores da atividade. Ele assegura que, finda a exploração em um determinado local, a natureza se regenera em seguida...