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Artigo

16 Jun 2020

Author:
Debora Diniz, Giselle Carino, El País (Brasil)

Brasil: Para povos originários, Covid-19 representa risco de um novo genocídio, acompanhado de ecocídio contra a Amazônia

“A morte do futuro: covid-19 entre os povos originários”, 14 de Junho de 2020

 Alvanei Xirinana foi o primeiro indígena a morrer da pandemia de covid-19 no Brasil. Era do povo Yanomami...O menino de 15 anos vivia como se imagina um índio aldeado... Antes do novo vírus, o menino sobreviveu a malárias e à desnutrição, doenças angustiantes de gente que vive em extrema pobreza na América Latina. Alvanei Xirinana morreu porque é índio no Brasil. Covid-19 foi apenas o que antecipou a hora de sua morte. O menino era já um sobrevivente da perversa desigualdade contra os povos originários e da floresta...Covid-19 é uma doença grave para todos os corpos sem imunidade, porém mais grave ainda para quem vive à margem das proteções do Estado, como as populações negras e indígenas. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) conta que 2.390 indígenas adoeceram de covid-19 e desses 236 morreram. Já foram 93 povos atingidos em um total de 305 no país.

...“Nossa existência é nossa resistência”, diz Sonia Guajajara, para quem a pandemia de covid-19 representa o “risco de um novo genocídio” acompanhado de um ecocídio contra a Amazônia. Ela não faz quarentena, apesar da gravidade do vírus, pois a morte de Alvanei Xirinana é o prenúncio de tragédia já vivida por seus antepassados.