“Moradores da região de Sorocaba cavam área para encontrar metais tóxicos que são vendidos a ferros-velhos. Empresa de baterias funcionou na cidade por 39 anos e fechou em 2011”, 19 de agosto de 2018

O terreno de uma antiga fábrica de baterias automotivas em Sorocaba (SP) se tornou um garimpo de chumbo a céu aberto...[M]oradores da região se arriscam e cavam na terra contaminada por produtos químicos para vender os metais para ferros-velhos da cidade...[A]...área onde estão os restos de baterias e lixo tóxico...tem livre acesso...[S]egundo o toxicologista da Universidade de São Paulo (USP) Fernando Barbosa Júnior, cinco tipos de metais prejudiciais à saúde foram identificados...[E]sses metais pesados entram no organismo pelo nariz e pela boca na poeira levantada no garimpo. Com o tempo, podem surgir doenças cardiovasculares, hepáticas e do sistema nervoso...[O]...terreno...pertencia a uma das maiores fábricas de baterias industriais e de automóveis do país: a Saturnia...[Q]uando uma bateria acaba, ela volta para a indústria para ser reciclada...[O]...que deveria ser um processo de reciclagem, se transformou em um grave crime ambiental...[U]m ex-funcionário...contou como era o esquema...[:]...[“A]...bateria chegava, eles despejavam no pátio e lá abriam no machado para escorrer todo o ácido ...[I]a para o chão mesmo. Depois, catavam as placas da bateria e jogavam em uma caçamba e despejava no forno”...[O]...material era derretido e o chumbo separado. A sobra...era enterrada...[E]m 2016, a fábrica decretou falência...[T]udo ficou abandonado...[E]m dezembro de 2017, a Cetesb...[Companhia Ambiental do Estado de São Paulo]...fez um laudo e identificou a contaminação por chumbo de todo o solo da fábrica...[A]pós a denúncia ser levada ao Ministério Público...[,]...em maio deste ano, a Justiça determinou que a empresa estadual retirasse o material químico do terreno...[A]...Cetesb informou...que não tinha funcionários e nem local para armazenar os produtos...[A]té um menino, de 13 anos, estava cavando a terra...[A]...idosa Zilda Marcelino de Sousa, de 63 anos, disse que está desempregada e paga as contas com o que ganha no garimpo...[A]...Cetesb vai entrar na Justiça para pedir a limpeza da área para o responsável pela empresa depois da falência...