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Artigo

24 Out 2022

Author:
Repórter Brasil

Brasil: Operação em Minas Gerais resgata 27 pessoas em fazendas de café com selos de boas práticas socioambientais

“Fazendas de café gourmet e certificado em MG são flagradas com trabalho escravo”, 24 de outubro de 2022

...os cafés tipo premium vindos de duas fazendas de Minas Gerais estão embalados em pacotes gourmet, com selos de qualidade, certificados de origem e slogans de sustentabilidade. Mas na outra ponta do processo, nos cafezais, equipes de fiscalização encontraram uma realidade bem diferente: trabalho escravo.

Ao todo, 27 trabalhadores foram submetidos a condições análogas à escravidão nas fazendas Olhos D’Água e Klem, nas cidades mineiras de Campos Altos e Manhumirim, respectivamente. As duas propriedades contam com a certificação da Rainforest Alliance...

...Aliciados na Bahia, os safristas atuavam na informalidade, sem registro em carteira ou garantia de direitos trabalhistas.

Procurada, a Rainforest Alliance disse que não sabia sobre os casos de trabalho escravo e que tomaria as medidas necessárias “de acordo com a severidade do caso” (leia a resposta na íntegra).

... O mercado norte-americano é o principal destino do produto adquirido pela empresa no Brasil, por meio da sua subsidiária Nutrade Comercial Exportadora. Um vídeo publicado no Youtube da Nucoffee mostra a propriedade e apresenta detalhes da produção da Fazenda Olhos D’Água e de outros cafezais ligados à Bioma Café.

...a Nucoffee afirmou apenas que o produtor autuado lhe disse que já regularizou a situação com os órgãos competentes. Também declarou que não aceita fornecedores cadastrados na “lista suja” do trabalho escravo e que apoia práticas de sustentabilidade na cultura de café por meio de um programa voltado para produtores rurais.

A Ally Coffee não respondeu aos questionamentos enviados pela Repórter Brasil.

O produtor Marcelo Assis Nogueira negou a prática de trabalho escravo na Fazenda Olhos D’Água. Em nota, a advogada de Nogueira, Ana Paula Rezende, afirmou que os auditores fiscais não flagraram os safristas trabalhando de maneira irregular. “Os entendimentos dos fiscais basearam-se em depoimentos de trabalhadores encontrados em fazenda diversa e desconhecida deste empregador, que supostamente haviam trabalhado na fazenda no mês anterior ao da fiscalização”, disse. Veja as respostas na íntegra.

...Procurada pela Repórter Brasil, a NKG disse que pelo menos uma das companhias ligadas ao grupo já comprou café das Fazendas Klem no passado, mas que a última aquisição ocorreu em 2020. A multinacional também disse que a sua subsidiária brasileira, a NKG Stockler, removeu a Fazendas Klem do seu sistema de fornecedores após ter sido informada pela Repórter Brasil sobre o caso de trabalho escravo. Leia a íntegra.

...“Café premiado ou certificado não é nenhuma garantia de dignidade aos trabalhadores e de respeito aos direitos trabalhistas”, critica o sindicalista Jorge Ferreira dos Santos Filho, coordenador da Articulação dos Empregados Rurais do Estado de Minas Gerais (Adere/MG).

...afirma ainda que a Adere recebe com frequência denúncias de desrespeito aos direitos trabalhistas em propriedades rurais que produzem e comercializam mercadorias de alto valor agregado. Entre os motivos, segundo ele, estão as poucas fiscalizações por parte do governo federal, a falta de transparência das certificadoras, a omissão de grandes empresas que compram de fazendas que desrespeitam a lei e a garantia de impunidade na Justiça...