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Artigo

8 Set 2022

Author:
Repórter Brasil

Brasil: Relatório da Repórter Brasil mostra como são adulterados documentos usados pelos frigoríficos para bloquear compras de bois ligados ao desmatamento ou trabalho escravo

“Corrupção, fraudes e hackers mascaram a origem ilegal da carne na Amazônia”, 08 de setembro de 2022

Os maiores frigoríficos brasileiros anunciaram planos para garantir que, até o fim da década, não vão comprar um gado sequer de áreas desmatadas. Para isso, JBS, Marfrig e Minerva vêm investindo em ferramentas para monitorar a origem dos bois, incluindo tecnologias inovadoras...

No entanto, um novo relatório da Repórter Brasil, o Monitor 16 – De Olhos Fechados pro Desmatamento, mostra como há nestes planos um problema de origem que dificulta o cumprimento da meta: o rastreamento total da cadeia produtiva do gado segue baseado em documentos oficiais sujeitos a fraudes frequentes e cuja fragilidade dificulta, no contexto atual, o monitoramento até mesmo dos fornecedores diretos.

As violações vão desde esquemas para burlar os sistemas de controle dos frigoríficos até golpes envolvendo servidores públicos e hackers, que atuam de forma criminosa para apagar dos registros oficiais dados como as multas ambientais de fazendas fornecedoras.

... há proprietários que, mesmo sem a ajuda de servidores corruptos, conseguem emitir guias “fictícias” para mascarar a real origem do gado transportado. Isso ocorre quando uma propriedade com áreas embargadas ou inserida na “lista suja” do trabalho escravo emite a GTA em nome de fazendas “limpas”, que podem ser do mesmo dono, de parentes ou amigos...

...As indústrias compradoras de gado checam a existência de desmatamento em áreas fornecedoras através do Cadastro Ambiental Rural (CAR)...

São inúmeras as fraudes realizadas em seu preenchimento. Por exemplo, muitos pecuaristas falsificam o perímetro de suas fazendas simplesmente removendo da área declarada as partes que foram desmatadas ilegalmente.

Outra prática comum é a “quebra” da propriedade...Por ser autodeclarado, o CAR precisaria, segundo a lei, passar pela validação das secretarias de meio ambiente estaduais, que devem fiscalizar a veracidade das informações incluídas. Mas esse processo está muito longe de ser concluído. Muitos dos CARs de áreas fornecedoras de gado sequer foram analisados pelas autoridades.

Organizações da sociedade civil defendem a necessidade de avançar na transparência dos dados públicos – especialmente os CARs e as GTAs...

Outra alternativa seria rastrear individualmente os animais com chips, de forma semelhante à já realizada em outros países. Mas a adoção da tecnologia ainda é tratada como uma possibilidade distante pela indústria e por observadores externos...

Leia o relatório completo aqui, disponível também em inglês.