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Artigo

8 Nov 2023

Author:
Sherpa, Center for Climate Crime Analysis, Harvest & Transparency International,
Author:
Repórter Brasil

ONG francesa apresenta denúncia criminal contra 4 bancos por seu apoio financeiro a atividades econômicas ligadas ao desmatamento no Brasil

Greenpeace

“Investimento em frigoríficos é lavagem de dinheiro, diz ONG francesa”, 08 de novembro de 2023

A Sherpa, uma organização com sede em Paris...protocolou...uma denúncia criminal contra quatro bancos franceses, acusando-os de lavagem de dinheiro por financiarem os frigoríficos JBS e a Marfrig, no Brasil.

A Sherpa pede que BNP Paribas, Crédit Agricole, BPCE e AXA sejam investigados pelo Ministério Público francês por terem comprado títulos (bonds) da JBS e da Marfrig. Na interpretação dos advogados da organização, os dividendos (lucros) dessas operações legalizaram capital ilegal ao serem pagos aos bancos investidores – uma vez que parte dos recursos financeiros desses frigoríficos tem origem em atividades ilícitas no Brasil, como o desmatamento ilegal e o trabalho escravo...

Em fevereiro deste ano, o BNP Paribas foi denunciado à justiça francesa em razão de seu financiamento à Marfrig – fato que também relacionava o fluxo financeiro com as violações de direitos humanos e ambientais. Porém, esta é a primeira vez que a teoria da lavagem de dinheiro é utilizada para analisar essas relações, informa a organização. “Ao deterem títulos (bonds) emitidos por empresas que lucram com crimes ambientais, BNP Paribas, Crédit Agricole, BPCE e AXA estão contribuindo para que os recursos provenientes desses crimes sejam reintroduzidos dentro da legalidade, quando os títulos são amortizados com recursos provenientes de desmatamento ilegal”, informa o comunicado de imprensa da organização...

Segundo cálculos da Coalizão Florestas & Finanças...entre 2013 e 2021, AXA, Crédit Agricole, BNP Paribas e BPCE realizaram investimentos no valor de quase 70 milhões de dólares nas duas empresas de pecuária. O lucro obtido com essas operações foi de cerca de 11 milhões de dólares. No entanto, dizem os advogados, inúmeras investigações revelaram violações ambientais e de direitos humanos no fornecimento de gado a essas empresas.

Em nota enviada à redação, a Marfrig refutou as alegações: “são infundadas e não refletem a realidade das operações da companhia ou de suas práticas”, assegurou a empresa. Já a JBS informou que “mantém relacionamento permanente com investidores e parceiros nacionais e estrangeiros, que têm dado recorrentes demonstrações de confiança na credibilidade e na robustez da Companhia e de suas políticas de compras, em prática dentro de nossa cadeia sistêmica de compliance socioambiental”.

Entre os bancos, o AXA assegurou ter “ambição de ter um dos mais altos padrões ESG de nosso setor” e o BNP Paribas se limitou a dizer: “Não temos comentários a fazer sobre esta reclamação, da qual não temos conhecimento”. A íntegra das manifestações pode ser lida aqui.

As demais empresas citadas na denúncia não haviam respondido nosso pedido com comentários até o fechamento deste texto. O espaço permanece aberto e a matéria será atualizada se houver qualquer manifestação das companhias...