“Agora mais do que nunca, Precisamos de uma devida diligência obrigatória na cadeia de abastecimento para travar os abusos das empresas e garantir a solidariedade global” 

Com o surto de Covid-19, a humanidade enfrenta uma crise global sem precedentes ...Como bispos, sentimos que temos uma obrigação moral e espiritual de falar sobre a urgência de reordenar as prioridades durante e após a crise...Apelamos a todos os governos para que cumpram suas obrigações sob o direito internacional de proteger os direitos humanos e impedir abusos corporativos. Nesse sentido, saudamos ... o anúncio pelo Comissário da Justiça da UE de legislação obrigatória e robusta ...Acreditamos que as leis podem conseguir trazer mudanças visíveis para as comunidades se também incluírem um melhor acesso a recursos judiciais para as vítimas, para cumprir o seu dever de proteção contra abusos das empresas, como a apropriação de terras, violações dos direitos humanos, o assassínio de defensores dos direitos humanos, trabalho forçado e infantil, violência de género, degradação ambiental e deflorestação. Desse modo, todos os Estados devem também garantir a sua participação construtiva e ativa nas negociações das Nações Unidas com vista a um instrumento juridicamente vinculativo que regule, no direito internacional sobre direitos humanos, as atividades das empresas transnacionais e de outras empresas. Esse Tratado impediria qualquer país ou empresa de recorrer a modelos de produção exploradores e de aceitar a destruição da criação para melhorar a sua posição competitiva no mercado mundial. O sistema em vigor prejudica as pessoas e o planeta, e somos chamados a fazer melhor. Confiamos na nossa possibilidade de aprender coletivamente com as experiências do passado e com a crise atual, e propomos um caminho que valorize a justiça e os direitos humanos, pondo a vida acima dos lucros. A crise do coronavírus deve ser uma oportunidade para começar uma transição justa e implementar um novo sistema económico que sirva primeiro as pessoas e o planeta. A crise do coronavírus deve ser uma oportunidade para começar uma transição justa e implementar um novo sistema económico que sirva primeiro as pessoas e o planeta.