abusesaffiliationarrow-downarrow-leftarrow-rightarrow-upattack-typeburgerchevron-downchevron-leftchevron-rightchevron-upClock iconclosedeletedevelopment-povertydiscriminationdollardownloademailenvironmentexternal-linkfacebookfiltergenderglobegroupshealthC4067174-3DD9-4B9E-AD64-284FDAAE6338@1xinformation-outlineinformationinstagraminvestment-trade-globalisationissueslabourlanguagesShapeCombined Shapeline, chart, up, arrow, graphLinkedInlocationmap-pinminusnewsorganisationotheroverviewpluspreviewArtboard 185profilerefreshIconnewssearchsecurityPathStock downStock steadyStock uptagticktooltiptwitteruniversalityweb
Artigo

18 Out 2021

Author:
Repórter Brasil

Brasil: Investigação aponta que BNDES tem financiado fazendas desmatadas e que estão na lista suja

“BNDES financia frigoríficos que compram de fazendas desmatadas e usam mão de obra escrava”, 17 de outubro de 2021

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está financiando frigoríficos que abatem animais criados em fazendas desmatadas ilegalmente, embargadas pelo Ibama, sobrepostas a unidades de conservação ou terras indígenas e que utilizam mão de obra escrava em suas atividades. É o que revela um levantamento exclusivo da Repórter Brasil, que analisou empréstimos no valor total de R$ 46 milhões feitos a 25 pequenos abatedouros localizados na Amazônia, onde 90% de toda a mata derrubada vira pasto para boi.

Desde 2009, o banco possui uma norma interna que veta empréstimos a empresas fabricantes de carne que tenham entre seus fornecedores fazendas com irregularidades socioambientais. Mas o dispositivo que determina que contratos sejam rompidos em caso de descumprimento não foi acionado nas situações encontradas pela reportagem.

…Apesar disso, nos anos de 2012, 2016 e 2017, os frigoríficos Masterboi, São Franscisco, Ribeiro Soares, Fortefrigo, Mercúrio (Pará) e Carnes Boi Branco (Mato Grosso), todos apoiados pelo BNDES, abateram pelo menos 11.513 bois provenientes de fazendas embargadas pelo Ibama e 1.479 animais criados em propriedades que integram a “lista suja” do trabalho escravo no Brasil...As irregularidades foram constatadas pelo Ministério Público Federal (MPF) em auditorias feitas nas compras dos frigoríficos tanto em investigações próprias...Em todos os casos, os abates ilegais vieram a público depois de o BNDES assinar os contratos com as empresas...

O BNDES não comentou os casos, embora tenha solicitado à Repórter Brasil a extensão do prazo inicial em mais de 30 dias para enviar seu ponto de vista. Depois de informar que as respostas aos questionamentos já estavam “em validação”, deixou de responder aos e-mails da reportagem. As empresas Masterboi, Fortefrigo e São Francisco (Sampaio) também não se manifestaram, apesar da insistência da Repórter Brasil. Os frigoríficos Mercúrio, Ribeiro Soares e Carnes Boi Branco asseguram que cumprem seus compromissos socioambientais e que as irregularidades apontadas foram problemas pontuais. Leia aqui a íntegra dos posicionamentos. Após a publicação da reportagem, o Grupo Boi Branco, do Pará, entrou em contato com a reportagem para esclarecer que não tem relação com o frigorífico Carnes Boi Branco, do Mato Grosso, investigado nesta reportagem.…