Global: 227 pessoas defensoras do meio ambiente e do direito à terra foram assassinadas em 2020, revela Global Witness
De acordo com o relatório “Última linha de defesa”, publicado pela organização Global Witness, 277 pessoas defensoras do meio ambiente e do direito à terra foram assassinadas em 2020. Em torno de 75% desses casos (165) ocorreram na América Latina e 226 aconteceram em países do Sul Global.
Mais uma vez, a Colômbia lidera o ranking de países mais perigosos para pessoas defensoras dos direitos humanos, tendo registrado 65 assassinatos, seguida por México (30), Filipinas (29) e Brasil (20). A Nicarágua, que documentou 12 casos, é o país com o maior número de vítimas per capita. O relatório também revelou um incremento na violência contra indígenas e mulheres, além de destacar o impacto da pandemia de Covid-19 na subnotificação de casos e no aumento das vulnerabilidades das populações.
Cerca de 30% dos assassinatos estão conectados a setores de exploração de recursos em grande escala (agroindústria, mineração, indústria madeireira, energia...). A exploração florestal foi a atividade com o maior número de casos relacionados (23).
Segundo a Global Witness, é possível concluir, ainda, que muitas empresas estão engajadas em um modelo econômico extrativo que prioriza o lucro em detrimento da proteção humana e ambiental, sendo responsáveis pela atual crise climática e perpetuando a matança de pessoas defensoras dos direitos humanos.