“Pilhas de mineração da Samarco de 200 metros de altura preocupam moradores de Mariana”, 16 de julho de 2025

Mais uma bofetada na cara. É assim que Mauro Marcos da Silva, integrante da Comissão de Atingidos pela Barragem de Fundão (CABF), define o novo plano da mineradora Samarco de construir duas pilhas de rejeito no município de Mariana, em Minas Gerais. Cada uma pode chegar a até 200 metros de altura...

...Mauro e outros moradores de Bento Rodrigues e de Mariana... temem os impactos das novas estruturas planejadas para o descarte de rejeitos da mineração de ferro – como aumento de poeira, barulho e tráfego de veículos, alteração da paisagem e, principalmente, risco de deslizamento ou colapso das estruturas.

Na Justiça, uma ação popular pede a suspensão temporária do licenciamento ambiental do empreendimento até que a Samarco apresente novos estudos que considerem cenários de chuvas extremas...

Críticos do empreendimento afirmam que, ao prever a instalação de pilhas tão próximas às comunidades, o projeto violaria a garantia de “não repetição”, prevista pela Corte Interamericana de Direitos Humanos para garantir uma reparação integral...

A análise dos riscos do projeto da Samarco, realizada no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), classificou como “alto” o risco de um deslizamento, ruptura ou desmoronamento das pilhas de rejeito. De uma série de riscos, este foi o único cuja severidade foi categorizada como “catastrófica”...

A autorização foi concedida no modelo estadual de “licença concomitante”, e especialistas apontam que o caso antecipa os impactos do chamado PL da Devastação sobre o licenciamento ambiental no Brasil...