Brasil: Cargill teria postura de "green-washing" e estaria negligenciando impactos negativos no Pará, afirma Terra de Direitos
No início de novembro de 2021, a organização Terra de Direitos publicou a segunda parte do estudo "Sem Licença para Destruição", no qual analisa os impactos sociais, econômicos e ambientais das atividades da Cargill no estado do Pará. Nessa segunda etapa, intitulada “Sem licença para destruição: Cargill e as falsas soluções para crise climática” , o relatório sustenta que a empresa adotaria uma postura de "green-washing" ou "maquiagem verde"; isto é, que a Cargill se empenha em propagar discursos e estratégias para a construção de uma empresa com imagem sustentável, mas, na prática, prejudica o meio ambiente e as comunidades tradicionais locais.
Um dos exemplos citados pelo estudo é o fato de, em 2017, a empresa ter colocado os portos do Tapajós, de Santarém e de Miritituba como exemplos de impactos positivos de plano de ação para acelerar as reduções de gases do efeito estufa em suas operações. Isso porque, segundo a Terra de Direitos, o terminal portuário teria sido instalado sem apresentar um estudo de impacto ambiental e sem consultar comunidades indígenas, quilombolas e de pescadores que foram afetadas pelo empreendimento, além de a construção teria sido realizada sobre um cemitério ancestral indígena do povo Tapajós.
O Centro de Informação sobre Empresas e Direitos Humanos convidou a Cargill a comentar a segunda etapa do estudo, mas a empresa não respondeu.
Em julho de 2021, a Cargill, à convite do CIEDH, comentou a primeira etapa do estudo. É possível encontrar esses comentários aqui.