abusesaffiliationarrow-downarrow-leftarrow-rightarrow-upattack-typeburgerchevron-downchevron-leftchevron-rightchevron-upClock iconclosedeletedevelopment-povertydiscriminationdollardownloademailenvironmentexternal-linkfacebookfiltergenderglobegroupshealthC4067174-3DD9-4B9E-AD64-284FDAAE6338@1xinformation-outlineinformationinstagraminvestment-trade-globalisationissueslabourlanguagesShapeCombined Shapeline, chart, up, arrow, graphLinkedInlocationmap-pinminusnewsorganisationotheroverviewpluspreviewArtboard 185profilerefreshIconnewssearchsecurityPathStock downStock steadyStock uptagticktooltiptwitteruniversalityweb

O conteúdo também está disponível nos seguintes idiomas: English, español,

História

6 Jun 2022

Brasil: Após ameaças de garimpeiros, madeireiros e pescadores, jornalista do The Guardian e indigenista desaparecem na Amazônia

Funai

O desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e de Dom Phillips, jornalista britânico correspondente do The Guardian, foi denunciado pela União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e pelo Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (Opi) em nota divulgada à imprensa.

De acordo com a Univaja e o Opi, Bruno e Dom Phillips realizavam uma expedição pelo Vale do Javari, oeste do Amazonas, com o intuito de acompanhar comunidades indígenas e ribeirinhas afastadas dos grandes centros urbanos, que têm sido alvo de ataques frequentes. Ambos foram vistos pela última vez na comunidade São Rafael por volta das 18h00 de domingo, 05 de junho de 2022, quando conversaram com a esposa do líder comunitário conhecido como Churrasco. Os dois se dirigiram, então, a Atalaia do Norte, onde visitariam uma equipe de Vigilância Indígena que atua próxima à região chamada de Lago do Jaburu. No entanto, nenhum deles chegou ao destino final. Desde então, não há informações a respeito da localização do jornalista e do pesquisador.

A Univaja afirmou que Bruno Pereira é servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai) e "reconhecidamente defensor das causas indígenas". Em entrevista ao portal de notícias G1, a entidade declarou que o indigenista recebia ameaças constantes de madeireiros, garimpeiros e pescadores.

Dom Phillips, atualmente vivendo na Bahia, além de já ter realizado outras expedições com Bruno, também estava escrevendo um livro sobre o meio ambiente e, de acordo com o The Guardian “ia constantemente à região para relatar a crise no meio ambiente brasileiro, bem como o assassinato de lideranças indígenas”.

Atualizações:

Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como "Pelado", foi preso por suposto envolvimento no desaparecimento. Uma testemunha afirmou que viu Amarildo carregar uma espingarda e fazer um cinto de munições e cartuchos logo após o jornalista e o pesquisador deixarem a comunidade São Rafael. De acordo com o relato, o suspeito já vinha prometendo “acertar contas” com Bruno e afirmou que iria “trocar tiros” com ele. Outras testemunhas relataram que Pelado usou sua lancha para perseguir Phillips e Pereira.

A perícia encontrou traços de pólvora e sangue na lancha do suspeito.

Em 12 junho, a Polícia Federal e os bombeiros envolvidos na busca compartilharam o que foi encontrado até o momento: um cartão de saúde, uma calça preta, um chinelo preto e um par de botas pertencentes a Bruno e um par de botas de Dom. Além disso, as equipes encontraram um órgão humanos, que foi identificado como um estômago e enviado para o Instituto Nacional de Criminalística para análise.

Durante a manhã de 13 de junho, a esposa de Dom Phillips divulgou que a família teria sido avisada bela embaixada do Brasil em Londres que os corpos do jornalista e de Bruno teriam sido encontrados. A Polícia Federal e equipes de vigilância indígenas negam a informação.

Linha do tempo