Brasil: Ministério Público além de investigar Google e desenvolvedor, vai apurar usuários que deixaram comentários racistas em jogo que simula escravidão
“Além do Google e desenvolvedor, MP-SP investiga usuários que deixaram comentários racistas em avaliação de 'Simulador de Escravidão'”, 29 de maio de 2023
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) investiga, além do Google e do desenvolvedor do jogo de celular "Simulador de Escravidão", os usuários que baixaram o aplicativo na loja virtual Play Store e deixaram comentários racistas e discriminatórios, com discurso de ódio, nas avaliações do app...
Entre as opções da dinâmica do jogo estão agredir e torturar o ‘escravo’.
O aplicativo foi desenvolvido pela Magnus Games e tinha pouco mais de mil downloads, além de 70 avaliações. Nos comentários, algumas pessoas reclamavam de poucas possibilidades de agressão. Segundo a promotora Maria Fernanda Pinto, responsável pelo caso, existem ferramentas que possibilitam a identificação dos usuários para que eles possam ser responsabilizados criminalmente...
Entre os possíveis crimes a serem investigados estão o crime de ódio e racismo, que são identificados...
O desenvolvedor do aplicativo também será investigado. Uma equipe especializada do MP-SP está apurando se a empresa da Malasia também tem escritório no Brasil, já que o jogo estava em português, e quem é o responsável pela criação e disponibilização na loja virtual. Caso esteja sediada no exterior, será necessário avaliar as relações diplomáticas entre Brasil e o outro país...
Além do aspecto criminal, o Google também pode ser responsabilizado pelo dano social que causou. A Educafro Brasil — Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes — associação civil sediada em São Paulo, pede indenização no valor de R$ 100 milhões em uma ação civil pública contra o Google...
O Ministério da Igualdade Racial deve se reunir nos próximos dias com representantes do Google. A pasta propôs que seja feita uma ação conjunta com a empresa para a criação de um filtro eficiente para que discursos de ódio, intolerância e racismo não sejam disseminados com tanta facilidade e sem moderação em espaços virtuais...
A GloboNews procurou o Google, mas até esta publicação ele não havia retornado.