“Após Brasília, líderes mundiais articulam resolução de apoio à democracia”, 09 de Janeiro de 2023

Pela primeira vez em décadas, organismos internacionais serão acionados para sair em defesa da democracia brasileira. A meta, porém, não é apenas de condenar os atos do fim de semana em Brasília. Mas lançar uma mensagem clara de repúdio às ameaças da extrema direita e movimentos que ganham força em diversas partes do mundo...governos do Chile e da Colômbia iniciam uma ofensiva diplomática para conseguir apoio suficiente para que a OEA (Organização dos Estados Americanos) realize uma reunião de emergência de seu conselho.

Na ocasião, governos serão convidados a votar uma resolução que irá: condenar os atos golpistas, reconhecer a legitimidade do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva e rejeitar qualquer questionamento das instituições democráticas no país e em outros locais...

Luis Almagro, secretário-geral da OEA, chegou a qualificar os atos no Brasil de "fascistas" e sinalizou que apoiaria a iniciativa. Mas, dentro do Itamaraty, há um temor de que tal gesto acabe dando ao mundo uma sinalização de fragilidade das instituições democráticas do Brasil...

...Ainda assim, diante da globalização do movimento de extrema direita, a decisão de realizar uma condenação regional e com o apoio de órgãos internacionais como a Europa e aliados é visto por outros governos como uma resposta necessária.

O temor de serviços de inteligência de várias partes da América Latina é de que movimentos similares ao bolsonarismo estejam sendo alimentados, com o objetivo de promover rupturas democráticas, questionamento das instituições e até de resultados eleitorais...A reação em cadeia...de mais de 50 governos pelo mundo de apoio ao Brasil também revelou que esses países estão preocupados não apenas com o destino da América Latina, mas também da capacidade desse movimento extremista de promover uma ruptura em suas próprias instituições...