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Artículo

17 Jun 2019

Autor:
Diego Junqueira, Repórter Brasil (Brazil)

Brasil: Crianças indígenas morrem no Xingu após cortes de gov. Bolsonaro à saúde; região tem agronegócio e conflitos agrários

“Em meio a ‘apagão médico’ indígena, 3 crianças morrem em 11 dias no Xingu”, 2 de junho de 2019

...[A]...eleição do presidente Jair Bolsonaro...[agravou]...a já precária assistência nos territórios indígenas. Além de médicos, faltam remédios como antibióticos e anestesias, o que compromete atendimentos básicos e demanda custosos resgates aéreos, fluviais e terrestres até as cidades. O combustível também é insuficiente para as emergências. Por conta dos cortes, funcionários da saúde com salários atrasados abandonaram seus postos – ou trabalham voluntariamente. O caos parece instalado nos territórios indígenas, mas quando eles recorrem à cidade, o SUS pode ser ainda mais cruel. As mortes de três bebês kaiabis no intervalo de 11 dias em abril revelam como o Brasil cuida da saúde de suas crianças indígenas...[S]e no parque indígena não havia médicos para ela, nas ricas cidades mato-grossenses não tinham vagas nos hospitais. Os 7.500 índios das 16 etnias que vivem no Xingu ficaram sem médicos no início de novembro, quando Bolsonaro...propôs mudanças no programa Mais Médicos que não foram aceitas por Cuba. A saída dos médicos cubanos afetou diretamente o atendimento nas aldeias, pois dos 372 médicos que trabalhavam em terras indígenas, 301 eram cubanos, incluindo os seis do Xingu...[A]...Sesai congelou parte dos recursos repassados aos 34 Distritos Sanitários Indígenas do país, responsáveis pela atenção primária aos 900 mil indígenas brasileiros...[S]inop é uma das cidades agrícolas mais ricas do país. Criada nos anos 1970..., a cidade de vocação madeireira viu a Amazônia do entorno ser transformada em enormes fazendas de gado e plantações de soja e milho. A riqueza...não alcança os serviços públicos de saúde. Desde janeiro, a prefeitura local proíbe os pacientes indígenas de serem atendidos na UBS e no centro médico..., onde até o ano passado cerca de 40 índios faziam exames e passavam por médicos especialistas todos os meses...O secretário de saúde...admite o fim dos atendimentos...e diz que um dos motivos é o fato de a cidade não contar com terras indígenas em seu perímetro...O líder Mairawê Kaiabi reconhece a falta de financiamento ao município, mas lembra que os limites de Sinop têm presença indígena desde muito antes do surgimento da cidade...

 

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